Sou
considerado por muitos como alguém extremamente extrovertido. Gosto muito de
falar, e quando falo, o faço em tom alto, gesticulando e interpretando o que
digo. Este sou eu! À longo prazo, não consigo me relacionar pelas vias da
formalidade. Gosto de rir e de me divertir em meus relacionamentos. Hoje sou
muito bem resolvido a respeito disso e me aceito tranquilamente, pois sei que
Deus me ama e que me criou do jeito que sou. Mas isso não foi sempre assim. No
início de minha adolescência enfrentei muitas lutas internas por ser extrovertido. Muitos reclamavam do meu jeito. As vezes eu tentava fazer
greve de palavras, mas sempre que isso acontecia eu me sentia muito mal.
Demorou algum tempo para eu entender que as mudanças que ocorriam em mim eram
sempre comportamentais e nunca estruturais. Estruturalmente serei sempre alguém
com a tendência de falar bastante. De forma alguma poderei me tornar uma pessoa introvertida. Deus me criou assim! As mudanças que em mim ocorrerão,
serão sempre comportamentais. Posso com a ajuda de Deus, me tornar um pouco
mais comedido no modo de me expressar, mas ainda sim, serei uma pessoa extrovertida. Não aceitar isso é lutar contra a minha própria natureza.
Como disse acima, já fiz isso durante alguns anos e não deu certo. Era um tipo
de automutilação. É muito ruim cometer automutilações. Dói muito, e no final das contas não resolve
nada. Apenas nos sentimos mal, como um peixe que tenta sobreviver fora da água.
Há muitos que por não entenderem isso, estão sofrendo automutilações. Vejo isso sempre. Pessoas tentando mudar suas próprias
estruturas através de comportamentos. No fundo, acho isso muito engraçado. Dou risadas
algumas vezes. Vejo caras sensíveis, posando de durões, pessoas extrovertidas fazendo grave de palavras e
seres introvertidos, dando
uma de falastrões. Essas são as tentativas comportamentais de mudar as
estruturas criadas por Deus. Essas tentativas só geram frustrações, legalismos
e aprisionam a alma de qualquer pessoa. Precisamos fugir disso, aceitando-nos
como somos. Você é você, quer queira, quer não queira. Se você é extrovertido
igual a mim, será sempre extrovertido. Se você é introvertido, precisa aceitar a
realidade de que sempre será assim. As mudanças que Deus realizará em nós serão sempre comportamentais, nunca
estruturais. Baseado nisso é que digo: nunca vou mudar! Nunca vou mudar na minha estrutura, como pessoa
falante, comunicativa. Em outros aspectos preciso de mudanças. Termino deixando
um conselho para você: seja você mesmo; não queira ser alguém que você não é.
Siga o Cristo crucificado!
segunda-feira, 1 de julho de 2013
quinta-feira, 27 de junho de 2013
SOLIDÃO: AMIGA DO PEITO
Há cinquenta anos atrás, não era muito comum encontrar multidões de pessoas solitárias. Naquela época, a dor de se
sentir sozinho era gerada por distanciamento geográfica, por perda física de algum ente muito querido ou por alguma situação de aprisionamento ou exílio. Já nos dias de hoje, sentir-se
solitário é coisa normal. Por causa da superficialidade que domina os relacionamentos
interpessoais, é muito comum, sobretudo nas grandes megalópoles como São
Paulo, tocar e se esbarrar em pessoas, sem contudo conhecê-las de fato.
Uma ótima referência para esse padrão, é a realidade de um ônibus popular. Ali, pessoas se espremem e se esbarram, sem contudo se conhecerem. Infelizmente, a solidão tem se alastrado pela a nossa sociedade, e com o advento das redes sociais on-line, a nossa sociedade entrou num processo chamado "massificação da solidão". Hoje, solidão não é apenas uma realidade individual, pois ganhou contornos plurais. Vivemos a solidão que alcança as massas. Esse tipo de solidão, nos leva a vivenciar uma realidade que eu costumo chamar
de "encaramujamento da alma". A nossa alma se "encaramuja", pois nos fechamos para Deus, para o
próximo e para nós mesmos. Vamos nos tornando como pessoas de cera;
esboçamos sorrisos plásticos, enquanto estamos com os corações endurecidos pela experiência do sentir-se só. Infelizmente esse é o quadro trágico no qual coletivamente nos encontramos. Como disse o cantor Frejat, a solidão é a nossa amiga do peito.
Quando eu olho para esse triste quadro da solidão, inevitavelmente me
vem a mente os relatos bíblicos que realçam a forma como Deus lidava com
o ser humano abandonado e solitário. Deus sempre se revelou a
pessoas solitárias como o grande amigo que lhes faltava. Foi assim com
Moisés, quando este se encontrava sozinho e sem perspectiva na terra de
Midiã. Deus colocou sob sua presença, Zípora e seu pai Jetro. Deus se
revelou com a sua presença confortadora a José, quando o mesmo estava
preso injustamente numa masmorra. Ele confortou José por meio do
copeiro e do padeiro que também se encontravam lá. Deus se fez presente
na vida de Davi, quando o temível rei Saul o perseguia. Jonatas foi o
instrumento usado por Deus na vida de Davi. Deus continua a se fazer
presente na vida de todos aqueles que estão solitários. O interessante é
que no ato de se fazer presente na vida de pessoas solitárias, Deus se
faz presente por meio de outras pessoas. Pode ser que você esteja clamando pela
presença confortadora de Deus, ou talvez você esteja questionando a
presença de Deus em sua vida neste atual momento. Saiba: Deus está
tentando aniquilar a sua solidão através de pessoas que se encontram
próximas a você. Aproxime-se dessas pessoas e abra-se para a construção
de relacionamentos profundos com elas. Siga o Cristo crucificado!
Assinar:
Postagens (Atom)